Dia cinza
Dia cinza, nessa cidade borbulhante
É borbulhante o pensamento na metrópole ambulante
Nada tem cor, é tudo muito entediante
O nublado desse céu traz atitudes conflitantes
O relógio comanda, parecem um bando de mutantes
Correndo pra todos os lados num ritmo alucinante
De manhã muito frio, a tarde sol escaldante
Até a previsão do tempo aqui é itinerante
Conviver com a poluição já é irrelevante
Pois o principal temor é a violência do assaltante
Que por outro lado, teve uma infância ignorante
Sua voz de assalto é abafada por buzinas irritantes
Cidade camaleão, tudo muda a cada instante
É cada fato que acontece nessas ruas intrigantes
Do sofrimento do mendigo que no frio range os dentes
A displicência do empresário que esquece o seu semelhante
Mergulho nesse dia cinza
Pra vê se afogo a minha dor
Vou procurando em cada esquina
Só uma gota de amor